ATR: o ‘bizu’ (ou Bezout) da regulamentação aeronáutica

Prof. Titus Roos, o eterno rei dos macetários e dos bizus

Foi na Escola de Cadetes onde primeiro conheci (e usei!) os bizus. Tinha bizu para tudo, principalmente para matemática – geometria, cálculo, trigonometria. Só voltei a ouvir o termo “bizu” quando iniciei minha formação de piloto, e foi na aviação que conheci os compêndios de bizus, os macetários. Até que me tornei aluno do queridíssimo Prof. Titus Roos, lamentavelmente já falecido, uma das pessoas que mais intimamente conhecia a lógica matemática dos cálculos de navegação aérea.

Anos mais tarde, também me converti em um produtor de macetários: a ATR nada mais é do que isso, um conjunto de bizus sobre regulamentação aeronáutica (para assinar, clique aqui). Veja, por exemplo, o Boletim Extra sobre fatoração de pista, o artigo mais acessado deste site até agora: ele nada mais é do que um macetário sobre um assunto difícil e extremamente complicado de entender lendo os regulamentos. A propósito, este artigo traz em sua parte final um outro macetário produzido pela própria ANAC, com mais bizus sobre fatoração. Em poucos minutos, você conhece praticamente tudo o que precisa para cumprir as regras de fatoração e, ainda por cima, como fazer para aumentar o % de uso da pista de 60%/70% para 80% – o que pode significar poder operar em localidades antes impossíveis para alguns aviões. Ou seja: este é um bizu que pode se converter em aumento de receita para um táxi aéreo!

De qualquer modo, nunca soube por que um bizu se chama bizu. Até que me deparei com um post no LinkedIn, publicado por um profissional de TI, Fábio Pires, explicando de onde vem o “bizu”. Vejam que interessante!

Posso te dar um bizú?

A expressão “Bizú”, é muito utilizada no meio militar com o sentido de “dica”, “macete”, ou de como lidar com determinada situação.

Mas vocês sabem qual a origem dessa palavra?

Quando a Família Real veio para o Brasil, trouxe, em sua comitiva, diversos professores de Coimbra (Portugal) e estes docentes foram colocados na Real Academia Militar.

As aulas mais difíceis eram as de matemática, até que os alunos descobriram que os mestres usavam, como base das aulas e provas, um livro de um autor francês chamado Etienne Bezout (1730-1783), chamado “Elementos de Arithmetica”.

Assim, ter o livro do Bezout era o diferencial para ter sucesso na matéria, correndo o livro de mão em mão, utilizando “me passa o Bezout”.

Com o tempo, o “Bezout” passou a ser “Bizú”, o que deu origem ao termo amplamente utilizado no meio militar.

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