BizAv brasileira voando como nunca – Aumento em horas voadas nos BizJets

Conforme amplamente noticiado pela imprensa especializada em aviação (inclusive em artigos publicados nas revistas Flap e Aeromagazine de autoria deste que vos escreve), a BizAv do Brasil vem apresentando um excelente desempenho neste período pós-pandemia. Além do aumento da frota da aviação de negócios do país, que está batendo recordes históricos, a quantidade de horas voadas do segmento, recentemente divulgadas pela ANAC, complementam esse quadro positivo.

Infelizmente, devido ao fato das informações sobre horas de voo das aeronaves serem obtidas por meio do sistema e-DIAM (Declaração de Inspeção Anual de Manutenção de Aeronaves), quando da emissão do CVA (Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade), há um atraso de cerca de 13 meses para que a ANAC obtenha tais informações. Por isso, os números apresentados abaixo não contemplam todo o ano de 2021: eles só vão até o final de agosto, e foi necessário um ajuste matemático para anualizar os dados de 2021 (dividir o valor total pelos 8 meses decorridos e multiplicar o resultado por 12). Este artifício não é perfeito, uma vez que a distribuição das horas voadas durante o ano é desigual – mas elas tendem a ser mais elevadas no final do ano, o que faz de nossa análise mais conservadora, a propósito.

Tudo considerado, iniciemos com os dados totais das horas de voo dos BizJets:

Interessante notar que o crescimento médio de 60% refere-se ao período antes da pandemia – se compararmos 2021 com 2020, este seria ainda maior, de 81%. Outra informação interessante é que as horas voadas pelos jatos de táxi aéreo aumentaram já em 2020, sendo que o segmento praticamente dobrou de tamanho com a pandemia. Boa parte deste crescimento deve ter vindo das operações aeromédicas – muito embora não seja possível comprovar essa hipótese com a base de dados fornecida pela ANAC.

Agora iremos focar, especificamente, o desempenho dos 10 BizJets com mais horas voadas no país, tanto da aviação privada, quanto do táxi aéreo. Em princípio, parece que os jatos mais comumente utilizados em operações domésticas, como os Phenom 100 & 300, Mustang e Learjets tiveram maior crescimento, ao passo que os Legacy e Gulfstream, bastante adequados para voos internacionais, tiveram redução nas horas de voo. Isso faz sentido em razão das restrições de ingresso em determinados países, em especial os EUA, que vigorava no período de pandemia.

Aqui também vemos os jatos de menor porte no topo dos mais voados, com os aviões de longo alcance reduzindo ou mantendo a utilização. Um dado interessante é o WestWind aparecendo entre os top10, uma aeronave utilizada principalmente para o segmento aeromédico no Brasil. Percebam que houve um aumento em sua utilização em 2020, momento mais dramático da pandemia, reduzindo drasticamente suas horas voadas em 2021, possivelmente pelo fato de seuis operadores estarem direcionando voos para outros modelos da frota.

Em um próximo artigo iremos analisar o desempenho dos aviões turboélices. Não percam!

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