Manifestantes europeus bloqueiam aeroportos da BizAv

Da AIN Online – por Charles Alcock – 11 de novembro de 2022, 7h22

As operações de aviação executiva enfrentaram protestos disruptivos de ativistas ambientais em vários locais da Europa nesta semana, tendo aeroportos do Reino Unido, da Itália, da Alemanha e da Holanda como alvo. Grupos como Extinction Rebellion, Scientist Rebellion e Last Generation atacaram terminais privados e FBOs em um protesto coordenado para coincidir com o início da conferência sobre mudanças climáticas COP27 no Egito. Os grupos estão exigindo uma proibição completa de jatos particulares e altos impostos sobre passageiros frequentes de companhias aéreas.

No Reino Unido, na quinta-feira, manifestantes tentaram bloquear as entradas do aeroporto de Farnborough e do Harrods Aviation FBO no aeroporto de Londres Luton. A polícia local confirmou que havia respondido às ligações sobre o protesto. 

O diretor-gerente da Harrods Aviation, Paul Norton, disse à  AIN  que a empresa não tinha comentários a fazer sobre os protestos. O aeroporto de Farnborough também não quis comentar. Em 2018, a instalação privada  tornou-se o primeiro aeroporto de aviação executiva do mundo a ser certificado pelo Airports Council International como neutro em carbono.

Protestos semelhantes também foram realizados esta semana no Aeroporto de Milão Linate e, em 5 de novembro, cerca de 500 membros holandeses do Greenpeace entraram de bicicleta no centro da aviação executiva no Aeroporto Schiphol de Amsterdã e impediram a movimentação de aeronaves. A European Business Aviation Association (EBAA) condenou o protesto em Schiphol, relatando por meio de um post no LinkedIn que a manifestação resultou no cancelamento de voos e que um voo médico teve que ser desviado.

“Nosso setor realiza até 70 voos aeromédicos por dia, o que salva vidas quando não é interrompido”, disse o grupo. Pelo menos uma aeronave foi danificada durante o protesto, de acordo com um operador membro da EBAA.

Na Alemanha, as autoridades ameaçaram manifestantes do grupo Geração Perdida com 30 dias de “custódia preventiva” na prisão por planejar interrupções nos aeroportos. Em setembro, manifestantes pulverizaram tinta no FBO Signature Flight Support no Aeroporto Le Bourget de Paris.

A EBAA resistiu à crescente pressão para que a proibição de aeronaves particulares fosse implementada em toda a União Europeia. O impulso para esse movimento vem aumentando desde agosto, quando o ministro dos transportes da França, Clément Beaune, pediu uma regulamentação mais rígida do setor. O presidente Emmanuel Macron e a primeira-ministra do país, Élisabeth Borne, solicitaram posteriormente “propostas concretas” de medidas que poderiam incluir proibições de alguns voos e impostos punitivos. 

Athar Husain Khan,  secretário-geral da EBAA,  reconheceu que a aviação executiva se tornou uma espécie de pára-raios para demandas de grupos ambientalistas que estão mostrando crescente hostilidade em relação à indústria. “Esse escrutínio serviu para confundir… uma indústria que trabalha duro há quase duas décadas para se mover na direção certa da sustentabilidade”, comentou ele em um blog publicado em 20 de outubro.

Em uma declaração anterior divulgada em 7 de setembro, a EBAA argumentou que essas medidas impediriam a indústria da aviação de tornar os voos mais sustentáveis. O grupo disse que a aviação executiva foi uma das primeiras a adotar tecnologias como combustíveis de aviação sustentáveis.

Em 7 de outubro, o International Business Aviation Council e a EBAA aplaudiram conjuntamente a adoção pelos estados membros da ICAO de um compromisso de alcançar emissões líquidas de carbono zero da aviação até 2050. A EBAA assumiu esse compromisso publicamente em 2009.

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